ORIGENS DA LÍNGUA PORTUGUESA
Há uma grande dificuldade para a boa escrita da nossa língua. Aliás não escolhemos ela, já nascemos e acabamos falando a língua do nosso local de nascimento ou de nossos pais. Segundo a antropologia e a epistemologia, qualquer pessoa pode falar outras línguas, a questão é o processo de aprendizagem que é mais fácil quando criança, embora também seja possível aprender mais tarde na fase adulta.
A grande dificuldade do aprendizado de qualquer língua é a prática, a fala e a escrita quotidiana frente a língua considerada culta ou "correta". Na verdade alguns teóricos afirmam que a correção linguística está associada ao meio social e cultural do falante ou escritor. A linguagem define classe social, nível de leitura e conhecimento, portanto é ela um dos meios e mecanismo de seleção no mercado de trabalho, de compreensão do mundo e do poder.
No caso do Português e do Inglês infelizmente a maioria dos professores centram sua didática nas regras gramaticais ao invés de estimular a escrita, a leitura e a fala. Por exemplo, é raro algum professor pedir aos alunos estudarem um assunto e depois falar sobre ele, a oratória também perdeu-se no processo de ensino, na Grécia e em Roma era parte da educação saber falar em público. É comum exigir do aluno, quando muito fazer uma redação mas em geral, a maior parte das aulas é sobre regras gramaticais. É como ensinar história a partir das datas sem apresentar os fatos e o processo histórico. Assim, durante todo meu processo escolar foram raros os professores de português que estimularam a leitura e a prática da linguagem em sala de aula. O domínio da grafia, dos sinais de pontuação é adquirido não decorando regras mas executando erros e acertos.
Outra dificuldade é que depois de 1972, no Brasil ocorreu uma Reforma Escolar que eliminou-se o Latim das escolas que é a língua base do português, mas não só dele como do italiano, do francês, do espanhol. Por essa razão, antigamente era comum as pessoas falarem mais de uma ou duas línguas justamente pelo estudo do latim, sem contar que facilitava a compreensão do nome dos elementos químicos da tabela periódica, como por exemplo na tabela abaixo.
Elemento | Símbolo | Nome em Latim |
Antimônio | Sb | Stibium |
Cobre | Cu | Cuprum |
Ouro | Au | Aurum |
Ferro | Fe | Ferrum |
Chumbo | Pb | Plumbum |
Mercúrio | Hg | Hydragyrum |
Potássio | K | Kalium |
Prata | Ag | Argentum |
Sódio | Na | Natrium |
Estanho | Sn | Stannum |
Tungstênio | W | Wolfram |
Assim, Cu não é palavrão mas sim o simbolo do Cuprum ou cobre.
Longe de exigir a volta do Latim, a questão é conhecermos um pouco mais das origens de nossa língua e compreendermos melhor a existência do tal Ç com som de S e uma série de características que tem suas origens no início da formação da língua portuguesa e as demais culturas que influenciaram nossa língua como as palavras de origem árabe, sueva e visigótica.
Aprender nossa língua de forma eficaz seria através do teatro, da expressão escrita e falada, com muita prática onde a teoria torna-se mais fácil e com sentido. A grande vantagem de nossa língua é a possibilidade de usar palavras diferentes para expressar a mesma ideia, embora sempre seja necessário recorrer-se ao contexto da fala ou da escrita para percebermos o real sentido. Como por exemplo, podemos dizer:
Joãozinho está enfezado. Dependendo do contexto pode ser que ele esteja raivoso, bravo, brabo ou ainda com a barriga cheia de fezes.
Bem, o texto a seguir em pdf foi retirado do livro Nova Gramática do Português Contemporâneo dos autores Celso Cunha e Lindley Cintra, é um pequeno fragmento para um trabalho de pesquisa dos alunos do 7º ano - alguém vai dizer que é muita massa para a piazada, mas nada que não seja deglutido por esforço de leitura, contribuições do professor e do apoio de dicionários.
Boa leitura e pesquisa.