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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Revolução Industrial

I– Conceito
Processo de transição de uma sociedade de base economicamente agrícola artesanal/manufatureira para outra fase do processo evolutivo da humanidade tornando-se predominantemente urbana e industrial em série. O exemplo histórico que explica este processo foi o que ocorreu na Grã-Bretanha/Inglaterra no período de 1750 a 1830 – 1º fase, que caracterizou-se por intensa transformação estrutural.
O crescimento econômico verificado na Inglaterra, durante esta fase deve-se a uma série de fatores interligados e históricos como veremos a seguir:

Período anterior a Revolução Industrial e que a possibilitou acontecer:

1 - MUDANÇA FILOSÓFICA – RELIGIOSA :
O fim da influênciada Ética Paternalista cristã e a sua substituição pela Ética Protestante no norte da Europa. Assim, os países que passaram pela REFORMA, atingiram a dianteira na Revolução Industrial. A mudança nos valores da sociedade européia, possibilitou a exploração econômica racionalizada da produção e a distribuição desigual dos dividendos produzidos pelo conjunto dos trabalhadores diretos, ou operários e camponeses, que agora não são mais “servos do senhor feudal” e sim necessitados de salário para sobreviverem.
2 - INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS DA EUROPA:
Com maior liberdade
intelectual dos cientistas às restrições religiosas, foi possível o resgate da “lógica aristotélica” acrescida do “racionalismo cartesiano” , produziu instrumentos, conhecimentos, máquinas, processos químicos etc. que serviram de base para a REVOLUÇÃO COMERCIAL MERCANTIL e o COLONIALISMO MODERNO. Embora os países ibéricos católicos tenham saído a frente, chegam porém, esgotados nofinal do século XVII;

3 - COLONIALISMO MODERNO: A acumulação de capital na Europa se dá a partir do surgimento de novas técnicas produtivas e o acesso a grandes reservas de recursos naturais no continente africano, americano e asiático. Esse processo só foi vitorioso com o uso da escravidão, sendo então o primeiro passo para a atual GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA.

  • 2º Período – corresponde a implantação da Revolução Industrial e do “novo”, para época, sistema econômico – social, o CAPITALISMO.

    4 -CONCEITO DE CAPITAL

    1. Em economia, conjunto de “bens” empregados na produção e na transformação
      do trabalho que podem ser: 1- solo , a posse da terra, 100 hectares por exemplo, ou as máquinas e/ou utensílios/ferramentas. Assim, o conjunto
      solo+máquinas + ferramentas formariam o
      CAPITAL FIXO;
      2- matérias-primas como minérios,recursos naturais, produtos agrícolas (grãos),
      componentes e produtos semi-acabados formariam o
      capital circulante. Ambos possibilitam a produção de bens duráveis e de consumo imediato ou não duráveis.
      Para os economistas clássicos, o capital fixo + capital circulante + o trabalho são os fatores da produção capitalista. Alguns economistas modernos e contemporâneos consideram como capital a “capacidade administrativa”,
      a “habilidade profissional” e a “educação/conhecimento”. Diante do problema de encontrar a combinação mais lucrativa de recursos para a fabricação de bens, a decisão de investir capital produtivo, é motivada pelo custo e disponibilidade da mão-de-obra qualificada, dos recursos naturais, do custo do dinheiro para o “capital de giro”, e os investimentos também são influenciados pela política de juros, política econômica, a tal das condições da “macro-economia que podem definiras condições e o tamanho do mercado consumidor.

  • As atuais potências econômicas, sozinhas ou em “blocos econômicos”, são mais ou menos industrializadas na medida em que são mais ou menos capitalizadas, enquanto os países em desenvolvimento enfrentam crises de oferta de capital e o problema da falta de poupança interna para reinvestir na sua própria estrutura produtiva.

  • II – Formação de Capital

    A formação de capital ou a acumulação primitiva de capitais, corresponde ao conjunto de processos pelos quais, uma economia/sociedade/pessoa/governos etc., poupa recursos, que d’outra maneira serviriam ao consumo imediato e improdutivo e os transforma em capital. A repetição dos ciclos produtivos, seriam impossíveis se toda a produção ou os lucros obtidos fossem integralmente consumidos. Assim, uma parte da produção anual deve ser destinada à RENOVAÇÃO DE CAPITAL DEPRECIADO, e mais ainda, na ampliação da capacidade produtiva.
    Ordinariamente, a poupança é feita pelas pessoas ou empresas, deixam então de distribuir ou consumir, uma parte de seus lucros/sobras e a destinam aos seus fundos de investimentos. Segundo o economista alemão Karl Heinrich Marx ( 1818 a 1883), o período de acumulação originária de capital, a partir do século XV, inclui, na Inglaterra, a expulsão dos camponeses de suas terras através dos enclosures. Significou o processo de cercamentos das propriedades rurais desenvolvido na Europa entre os séculosXV e XVIII. Até então, o que caracterizava a estrutura agrária da Europa, era o sistema de campos abertos, pelo qual o camponês cultivava faixas alternadas por bosques, prados e pastos de uso comum. A destruição deste sistema, pela prática dos cercamentos, originou-se na Inglaterra, onde o preço da lã levou a nobreza rural a cercar suas terras para a criação de ovelhas. Assim ocorreu a expulsão dos camponeses para alinharem-se nas zonas urbanas das cidades, que cresciam muito rapidamente, formando assim, uma constante reserva de mão-de-obra barata para o crescente novo sistema industrial capitalista.
    Concluindo a acumulação primitiva de capitais dos países do norte da Europa salientamos:
    1 – a ruína e desestímulo dos artesões autônomos que foram despojados de seus rendimentos e desatualização tecnológica de seus meios de produção;
    2– os lucros obtidos através do processo de endividamento das finanças dos países, a chamada dívida pública, que passa a ser paga a custa dos esforços da população quando paga mais impostos;
    3– as fraudes e corrupções comerciais que favorecem alguns poucos da sociedade;
    4– o saques das riquezas naturais das colônias da América, África e Ásia que são extraídas a força ou com a conivência das elites locais;
    5 - o escravismo como sistema de produção resgatado da antigüidade e posto em prática na época moderna, possibilitou a produção de riquezas que foram
    apropriadas pelas metrópoles européias, gerando a desestruturação produtiva do continente africano, ocasionando sérios problemas sociais e conflitos étnicos, tanto nas colônias americanas como no próprio continente africano. Assim, o somatório dos enclosures e os cinco fatores, levaram a acumulação de capital, necessária
    para a revolução industrial e o novo sistema, o capitalismo.

    III – As Revoluções Burguesas na Inglaterra

    As revoluções burguesas liberais como a Revolução Puritana e Gloriosa, deram as condições políticas favoráveis ao novo sistema com o avanço da influência política da burguesia, enquanto classe, na condução e nos rumos que a sociedade tomaria para beneficiar esta nova classe social.

    A – A REVOLUÇÃO PURITANA de 1642 a 1649
    Foi a revolução surgida em razão do conflito entre o Rei + a nobreza +anglicanos + católicos contra o parlamento com maioria burguesa puritana que levou a derrubada do rei e a execução de Carlos I em 1649. Além disso, estabeleceu a REPÚBLICA Oliver Cromwell(1599 a 1658) sob a liderança do ditador.
    A Guerra começa quando o rei nega-se a acatar a “Grande Advertência” que foi um manifesto político do parlamento que procurava limitar os poderes do rei. A burguesia recorre as armas e vitoriosa,assume o poder.O governo de Oliver Cromwell foi a única experiência republicana inglesa até hoje, seu poder ditatorial levou-o a ser considerado Lord protetor da Inglaterra. Impôs ao país, uma severa ordem interna com a repressão aos católicos da Irlanda e a consolidação do poder marítimo-comercial inglês, ao baixar o ATO DE NAVEGAÇÃO em 1651 e a consequente derrota dos holandeses em 1652 e 1654.
    O saldo do governo republicano, foi transformar a Inglaterra na maior potência marítima comercial, já na época moderna. Logo após a morte de Cromwell, o parlamento restaurou o sistema monárquico com a Dinastias dos Stuart.
    B -REVOLUÇÃO GLORIOSA de 1688 a 1689
    Com o término da experiência republicana, os filhos de Carlos I, Carlos II (1660 a 1685) e Jaime II (1685 a 1688) reassumem o poder na Inglaterra. No entanto, os conflitos políticos continuaram devido a proteção aos católicos, as tentativas de restabelecer o catolicismo no país bem como o absolutismo monárquico. Assim, em 1688, à medida que os conflitos entre o rei e o parlamento, representante dos interesses da burguesia, aumentavam e agravavam-se com os conflitos religiosos, inicia-se uma nova revolução. A burguesia alia-se a Guilherme de Orange (1650 a 1702) que já era rei da Holanda desde 1672 até 1702. O rei Jaime II, não confiando no parlamento, manteve um grande exército de prontidão. O nascimento de seu filho ameaçava tornar a Inglaterra, uma monarquia católica permanente, os WHIGS e os TORIES se uniram e venceram o rei Jaime II. Convidaram Guilherme de Orange, o rei holandês, para assumir o trono, porque era casado, desde 1677, com Maria Stuart, filha protestante de Jaime II. A burguesia assim, para selar o seu poder, acorda e obriga o novo rei a assinar a DECLARAÇÃO DOS DIREITOS que foi aprovada também pelo parlamento em 1689. Tal declaração tornou-se lei, onde os poderes do rei, ficavam limitados com garantias a liberdade de expressão de todos os cidadãos, em especial, os cidadãos burgueses. Através deste movimento liberal burguês, a burguesia, enquanto classe social que obtinha já o dinheiro, agora adquiria mais poder quando impõe o princípio: “O REI REINA, OPARLAMENTO GOVERNA”, através da figura do primeiro ministro. Assim, a Revolução Gloriosa de 1689, antecedeu a Revolução Francesa em quase um século, favorecendo a estabilidade política e a expansão comercial inglesa, dando condições políticas básicas para o desenvolvimento da Revolução Industrial.

    IV– Conceito de Capitalismo

    Constitui-se no atualsistema econômico e social, predominantemente na maioria dos países do mundo. Industrializados ou em processo de industrialização. Neles, a economia se baseia na separação social entre os trabalhadores diretos na produção que são juridicamente livres, que dispõem apenas da força de trabalho ou conhecimentos, ou ainda capacidades, que as vendem no mercado de trabalho em troca de salário, e de outro lado, os capitalistas, que são os proprietários dos meios de produção que contratam os trabalhadores para produzirem mercadorias, bens e serviços dirigidos para o mercado consumidor alvo, visando à obtenção de lucro. O lucro é o rendimento de grandeza variável, especialmente ligado ao capital investido pelo industrial, comerciante ou prestador de serviços, o lucro difere-se do juro, que é o rendimento de grandeza pré-fixada, remunerador do capital, valor/dinheiro emprestado aos investidores ou empresários. No caso industrial, o lucro é a margem residual entre os custos de produção + impostos e o preço de mercado do produto que os consumidores podem pagar; já no caso do comerciante, é a margem residual, entre o preço de compra do produto no mercado atacado, e seu preço final de venda no mercado varejo. As escolas econômicas clássicas, neoclássicas da economia política, consideram o lucro uma remuneração justificada de diversas maneiras de obtenção: a abstinência do consumo pessoal/empresarial e poupança com vistas a rendimentos futuros, risco de investimentos, engenhosidade e criatividade dos empreendedores, inventos etc., posse de um fator de produção escasso no mercado. Para o marxismo econômico, o lucro é uma forma da mais-valia, que pode ser obtida de forma absoluta ou relativa. Vários cientistas sociais e economistas de destaque, procuraram explicar o surgimento e funcionamento do capitalismo. Para o economista alemão Werner Sombart (1863 a 1914), a essência das motivações subjetivas dos agentes econômicos do capitalismo, não está na economia, mas no “espírito” que se desenvolveu dentro da burguesia que surgiu desde o fim da Idade Média. Esse espírito, teria levado os burgueses a perceberem que o melhor método para adquirir riqueza não era o de acumular bens, mas acumular capital. Já Max Weber (1864 a 1920), economista e sociólogo alemão, que procurava estudar o sentido da ação humana individual através do método da compreensão , que envolveria uma reconstrução do sentido subjetivo original da ação humana, e o reconhecimento da parcialidade da visão do observador dos fenômenos sociais. Max Weber, caracterizava o capitalismo pela predominância da burocracia que é um termo aplicado às organizações sociais baseadas na hierarquização e na especialização das funções. A estrutura burocrática, com suas normas, constituiria a expressão concreta da racionalidade e eficiência próprias desse sistema, tendo como traços fundamentais:
    a) - obrigações e cargos delimitados segundo uma divisão de trabalho sistemática, hierárquica de acordo com regulamentos claros;
    b) - vínculos exclusivamente empregatícios impessoais entre organização produtiva e os funcionários;
    c) - organização hierárquica de poder entre os cargos;
    d) - sistemas de promoção e valorização que permitam aos funcionários "colaboradores" fazerem carreira dentro da organização.
    Assim, as empresas deixam de ser de caráter domésticas, de família, e passam a ter vida própria, exigindo, devido ao tamanho crescente, sistemas contábeis, administrativos de gestão, altamente racionais para garantir a obtenção de lucros.

    V – Fábricas e a Mecanização da Produção

    O desenvolvimento do capitalismo gerou a criação de fábricas, equipadas com máquinas recém inventadas e que produziam maior volume de bens industrializados a preços mais baixos, suprindo a crescente demanda do mercado nacional e internacional.
    A fábrica caracteriza-se pela concentração de trabalhadores com tarefas especializadas, de acordo com a divisão qualitativa do trabalho, e pelo emprego de máquinas–ferramentas , que transformam as matérias primas. Distingüi-se do artesanato, em que um único trabalhador executa todas as operações necessárias a produção de um bem, e da manufatura, que reúne muitos artesãos no mesmo estabelecimento.
    A princípio, as máquinas –ferramentas eram movidas pela força motriz da roda-d’água. Essa tecnificação produtiva, ocorreu inicialmente na indústria têxtil. Entre as principais invenções desse período contam-se a lançadeira volante de John Kay (1704 a 1764), inventor inglês que criou uma máquina de abrir e tecer lã que foi patenteada em 1733, acelerou a velocidade da tecelagem, mas ao mesmo tempo que reduzia a mão-de-obra necessária. Logo foi inventada a máquina de fiar chamada de “jenny” , criada por James Hargreaves (1720 a 1778), que era uma máquina manual com vários fusos, que permitia a uma só pessoa fazer diversos fios ao mesmo tempo, integrava o equipamento próprio da indústria doméstica. Sir Richard Arkwright (1732 a 1792) criou a máquina de fiar movida a roda-d’água em 1769.
    A produçãode novas máquinas recebeu grande impulso a partir de 1709,quando Abraham Darby conseguiu fabricar, com coque, ferro doce de boa qualidade. Outra descoberta fundamental foi a máquina a vapor que produzia movimentos rotativos, patenteada por JAMES WATT (1736 a 1819) em 1769. Criou o termo horse power (HP) ou cavalo de força que serviria para indicar a potência de trabalho dos motores. A partir de 1830, as ferrovias e navios a vapor permitiram a formação de um rede de comunicação e transportes mais ampla e eficiente, interligando os novos centros industriais, as fontes de matérias-primas e os mercados consumidores.

    Depois da leitura atenta do texto responda as seguintes questões:

    1– Como é determinada a decisão de investir capital por parte das empresas, investidores e pessoas?
    2– Por que seria impossível a repetição dos ciclos produtivos se fossem consumidos todos os recursos advindos da produção?
    3 – Qual o significado dos enclosures para o surgimento docapitalismo?
    4 – Qual o papel do escravismo moderno na formação do capitalismo?
    5 – Explique o que foi e qual o significado da Declaração dos Direitos de 1689?
    6 – Qual(ais) características distinguem o capitalismo dos demais processos históricos de produção como o escravismo e o feudalismo por exemplo?
    7- Qual a diferença entre lucro e juros?
    8 – Qual a diferença entre o lucro do industrial e o do comerciante?
    9– Qual a função da burocracia no sistema capitalista segundo a visão de Max Weber?
    10 – Explique as diferenças entre fábrica industrial, fabricação artesanal e manufaturada.

    Link para impressão:
    http://docs.google.com/View?docid=ddkcqbd9_6cjkx6pd3

    quarta-feira, 20 de agosto de 2008

    INSTITUTO ESTADUAL RIO BRANCO

    Prof. Otávio

    A ECONOMIA DO SEGUNDO REINADO

    Excelente indicador material da distribuição de poder em um sistema político são as contas do governo”

    Após a Revolução Puritana, a revolução burguesa na Inglaterra em 1642 levou a atribuição dos parlamentos em definir o orçamento. O modelo parlamentar brasileiro inclui a prática de submeter a aprovação da “lei dos meios” como era chamado o orçamento, o governo não poderia funcionar sem esta lei aprovada. Em caso de dissolução da câmara, o orçamento do ano anterior era prorrogado.

    As disputas no parlamento refletia o conflito entre a burocracia, entre a máquina do estado e os grupos dominantes na sociedade que “custeavam” os gastos com o pagamento de impostos. Representa o conflito interno de uma elite que hesitava entre as necessidades do governo que ela dirigia e os interesses que ela devia representar.

    Entre 1826 e 1888, o déficit público de império somou 855,8 mil contos de réis ou 15559,99 dólares - cotação de 1875. Grande parte deste déficit se deve aos gastos externos, com desastres naturais como seca e epidemias. O império cobria estes custos com empréstimos internos e externos.


    POLÍTICA PROTECIONISTA – TARIFA ALVES BRANCO 1844

    “ Os impostos de importação tinha também um sentido político diferente no Estados Unidos e no Brasil. No Brasil tinham quase sempre natureza fiscal. Sem dúvida, as tarifas de 1844, obedeceram a certa preocupação com a proteção de industrias nascentes, mas sua razão maior, provinha da necessidade do tesouro nacional em aumentar sua arrecadação”.

    Haviam resistências para cobrar impostos das terras e rendas. A tributação sobre importações e exportações era mais fácil de cobrar e o contribuinte não percebia que estava pagando impostos embutidos no preço de produtos e serviços.

    O ALVORECER DA INDUSTRIA NACIONAL

    O fim do tráfico de escravos estava próximo, a expansão do café propiciava uma acumulação de capitais antes destinados a compra de escravos e outros gastos que poderiam ser reinvestidos na produção industrial.

    O desenvolvimento da industria foi facilitado com a alteração da política alfandegária de 15% ad valorem desde 1810 a todos produtos importados.

    O ministro da fazenda, Manoel Alves Branco, estabeleceu novas alíquotas entre 20 e 60% sobre produtos importados pelo Brasil. As taxas mais pesadas de 40 e 60% recaíam sobre artigos com similar nacional como, chá, vidros, tecidos e outros. As mais baixas de 20% incidiam sobre produtos como ferro, folha-de-flandres, cobre etc..

    Os resultados desta política protecionista só apareceram na década seguinte quando foram fundadas 62 empresas industriais, 14 bancos, 3 caixas econômicas, 20 companhias de navegação a vapor, 23 companhias de seguro, 8 de estradas de ferro, empresas de mineração, transportes urbanos e serviço de gás entre outras tantas.


    FIM DO TRÁFICO – PRESSÕES INGLESAS AUMENTAM

    LEI BILL ABERDEEN DE 8 DE AGOSTO DE 1845

    Lei inglesa pela qual embarcações negreiras com o pavilhão brasileiro podiam ser apreendidas por navios britânicos. Os traficantes passaram a ser incursos em crimes de pirataria internacional e eram julgados pelos juízes do tribunal do Almirantado inglês. Foi grande a influência de Bill Aberdeen na formulação das leis 581 de 1850 e 731 de 1854, mediante as quais o governo brasileiro, impotente para se contrapor às medidas adotadas pela maior potência naval, extinguiu oficialmente o tráfico oficialmente de escravos vindos do continente africano.

    quinta-feira, 7 de agosto de 2008

    A Fortaleza Branca



    A foto está virada pois ainda tem gente que não respeita a natureza e coloca lixo onde toma água todo dia...



    sem palavras...


    fortaleza rosa realmente sem efeito na foto só luz natural

    a Fortaleza vista pela lado sul

    aqui o por-do-sol do Lago Guaíba deixou a Fortaleza Branca "rosa"



    E aí pessoal apresento para vocês a dica cultural de visitar o site da Fundação Iberê Camargo onde dá para fazer "visita virtual". Claro que é melhor ir lá e curtir um fim de tarde principalmente apreciar o por-do-sol no Guaíba...(fotos do dia 5/08/2008)

    segunda-feira, 4 de agosto de 2008

    Vento Negro Do Chalaça no Araújo Viana -






    Olá pessoal apesar do primeiro artigo deste blog ter sido postado no ano passado ainda a causa e a motivação do artigo estão gerando polêmicas mas nada de solucionar o silêncio que tomou conta do Auditório Araújo Viana.Uma verdadeira CHALAÇA NA CULTURA DE PORTO ALEGRE
    Vejam as fotos tiradas no dia 03/08/2008.

    terça-feira, 15 de julho de 2008

    GOLPE DA MARIORIDADE 23 de julho de 1840


    Foi a forma como D. Pedro II chegou ao poder com apenas 14 anos e 7 meses de idade, 3 anos e 5 meses a menos que estipulava a constituição de 1824 para a investidura.

    O decreto resultou de uma manobra política do Partido Liberal que depois da queda do regente Feijó em 1837, procuravam um meio de retornar ao poder, então nas mãos do conservador Pedro Araújo Lima, o Marquês de Olinda que foi o último regente no período também chamado de “regresso conservador”, marcado por debates em torno da Lei de Interpretação do Ato Adicional que procuravam limitar os avanços da descentralização do poder que teriam, na ótica dos conservadores, sido responsável pelas revoltas e rebeliões regenciais.

    Partido Liberal x Partido Conservador

    Em 1840 havia uma divisão intra-elite entre o Partido Liberal que aglutinava em torno da manutenção dos avanços do Ato Adicional de 1834, o Partido Conservador acabou vencendo os liberais em função do perigo de fragmentação do território brasileiro e da ascenção da economia cafeeira do Vale do Rio Paraíba do Sul , na Província do Rio de Janeiro.

    INSTITUTO ESTADUAL RIO BRANCO

    História Prof. Otávio

    O RIO GRANDE DO SUL ANTES DOS AÇORIANOS

    Em 1572, quinze anos depois da fundação da Vila de Rio Grande, pólo da efetiva ocupação do território rio-grandense pelos portugueses, desembarcaram aqui os primeiros colonos vindos do Arquipélago dos Açores; muitas outras levas se seguiram, calculando-se em 4 mil o número de casais que para cá vieram. Esse foi o coroamento de uma clarividente e pertinaz política da Coroa Portuguesa, no sentido de estender o seu domínio até o estuário majestoso do Rio da Prata, balizando de maneira inconfundível os limites com a Coroa Espanhola, com a qual partilhava o imenso condomínio sul-americano.
    Esta política se esboçou imediatamente depois da “descoberta” do Brasil. Expedições pouco conhecidas desceram ao longo do Atlântico Sul a fim de explorar o litoral e escolher os melhores pontos para serem posteriormente ocupados; a última delas, comandada por Martim Afonso de Sousa, partiu de Lisboa em outubro de 1530, explorou a boca do Rio da Prata e dali regressou ao litoral paulista, pelo qual passara na ida, para oficialmente fundar a Vila de São Vicente, em 1532, e que foi a primeira de todo o Brasil.
    Entremente, os castelhanos estiveram ativos e em 1536 fizeram a primeira tentativa de fundar Buenos Aires, que em seguida tiveram de abandonar devido a grande hostilidade dos indígenas que ali viviam e subiram o rio Paraguai, onde em 1541 fundaram Assunção. A essa altura, através da América Central, haviam descoberto o Peru, cujas fabulosas riquezas por algum tempo atraíram todas as suas atenções, ficando o Rio da Prata relegado a um segundo plano.
    Não obstante, fizeram sucessivas tentativas de ocupar alguns pontos de nosso litoral – Cananéia, Itanhanhém e Iguape na costa paulista, São Francisco, Ilha de Santa Catarina e Laguna, na costa catarinense – as quais, porém, não lograram êxito. No território rio-grandense, que de perto nos interessa, nenhuma foi feita, permanecendo ele praticamente intocado durante um século.
    Em 1580, morrendo o rei de Portugal sem sucessor, porque era um cardeal, a Coroa foi parar na cabeça de seu sobrinho, o rei Filipe II da Espanha, permanecendo assim as duas grandes potências navais e colonizadoras da época unidas até 1640, quando o Duque de Bragança começou a luta pela restauração da autonomia portuguesa, formalmente reconhecida em 1668 e dando início à dinastia da Casa de Bragança.
    Foi durante esta união, o chamado PERÍODO FILIPINO (1580 a 1640), que teve grande incremento a expansão dos portugueses, com São Paulo como foco irradiador, por intermédio dos BANDEIRANTES, e o mapa do Brasil começou a ser definitivamente esboçado.
    No ano seguinte ao “descobrimento” da América por Colombo, ou seja em 1493, Portugal e Espanha haviam assinado, na pequenina localidade leonesa (Reino de Leão) de Tordesilhas, o famoso tratado que tornaria conhecido por TRATADO DE TORDESILHAS. Este tratado dividia o globo terrestre em duas metades, por uma linha imaginária que atravessava os pólos norte e sul, a 360 léguas a oeste do Arquipélago do Cabo Verde, situado na costa ocidental da África. As terras que na América ficassem a leste dessa linha – passaria pela foz do Rio Amazonas, cortaria o Brasil central e tangenciaria o litoral de Cananéia até Laguna, - pertenceria a Portugal.
    Devido aos processos imprecisos de medição da época, à extensão que seria adotada para a légua(1 légua= 6,6 km), ao duvidoso ponto de partida das 360 léguas, a localização do chamado meridiano de Tordesilhas deu motivo para muita discussão; mas quando em 1580 as duas coroas se uniram , a despeito de não propriamente esquecido, deixou na prática de ser respeitado, permitindo que os Bandeirantes alargassem extraordinariamente o território do Brasil.
    Desde algum tempo antes dessa união política, gente de São Vicente começou a freqüentar o litoral sul e depois a então chamada Luguna dos Patos - onde se situa a cidade de Laguna hoje chamada de Lagoa Santo Antônio – com a finalidade de procurar minas de metais preciosos e, preferencialmente, cativar índios da nação CARIJÓ, reputados muito mais dóceis do que os do interior do continente.
    Na virada século, em torno do ano de 1600, essas expedições, sempre marítimas, eram freqüentes. À medida que escasseavam os índios na costa, os escravagistas vicentinos começaram a incursionar por terra, a partir de Laguna, no território rio-grandense, onde, em troca de quinquilharias, conseguiam a cumplicidade de alguns caciques para este comércio hoje tão abominado.
    Entram então em cena os jesuítas portugueses, estabelecidos em São Paulo e no Rio de Janeiro, e que se opuseram sempre à escravização dos ameríndios, embora, paradoxalmente, tolerassem e até se aproveitassem dos negros africanos. A partir de 1604, começaram os jesuítas a freqüentar a Laguna dos Patos, onde chegaram a estabelecer uma residência, com o objetivo de se contrapor à ação dos paulistas.
    Datam dessa época as primeiras notícias da presença de europeus em terras rio-grandenses, onde os jesuítas teriam chegado até a margem oriental do Rio Guaíba. (hoje Lago Guaíba).
    Simultaneamente, os jesuítas espanhóis, com base em Assunção, do Paraguai, começaram a penetrar no território paranaense num movimento claramente dirigido para o litoral, que, se consumado, traria dois resultados: coibiria a ação dos escravagistas paulistas e garantiria a comunicação quase em linha reta de Assunção com o Atlântico e com a metrópole, dispensando a grande volta pelo Rio da Prata.
    Pelo ano de 1619, ainda com fulcro em Assunção, mais um movimento dos jesuítas em direção ao mar foi iniciado, agora através do Rio Ibicuí, no Rio Grande do Sul. Interrompido durante algum tempo devido à grande resistência dos silvículas, recomeçou pelo ano de 1625, pela formação de aldeamentos na margem oriental do Rio Uruguai.
    Foi então que esse grandioso projeto político – que teria garantido à Espanha a posse de toda a atual Região Sul do Brasil como, aliás, lhe tocava em razão do Tratado de Tordesilhas – sofreu uma seqüência de rudes golpes que o fez fracassar: os paulistas, primeiro no Paraná, depois no Rio Grande do Sul, precipitaram-se sobre as nascentes reduções, de sorte que os infelizes índios que não foram capturados e levados para São Paulo, foram conduzidos para o lado ocidental do rio Uruguai pelos padres.
    Tudo isto se passou durante o período filipino, fazendo com que, ao recuperar Portugal sua autonomia, a partir de 1641, a presença espanhola deixasse de existir desde o Paraná até ao Rio Grande do Sul. Também os jesuítas do Rio de Janeiro e de São Paulo deixaram de freqüentar Laguna, depois de terem estado prestes a dar as mãos a seus confrades de Assunção, que com o famoso Padre Cristóbal de Mendonza à frente teriam chegado à margem ocidental do Guaíba.
    Passados cinco anos, ou seja, em 1646, o general Salvador Correia de Sá e Benevides, que havia sido governador do Rio de Janeiro, pediu ao rei de Portugal uma capitania de 100 léguas (660 quilômetros) de costa, sendo metade para o norte da Ilha de Santa Catarina e a outra metade para o sul, por onde alcançaria aproximadamente o rio Aranranguá. Mandado para a África, para retornar Angola aos holandeses, o que de fato conseguiu, o pedido de Correia de Sá foi sobrestado até ser renovado em 1658, mas, por uma série de circunstâncias, somente no ano de 1675 – quase 30 anos depois de formulado – foi atendido, em favor de um filho e de um neto do velho general. Sem entrar em pormenores, que alongariam esta exposição, assinalaremos que a posse nunca chegou a ser concretizada, de sorte que de Laguna para o sul, nenhuma só fração de terreno foi do domínio de algum donatário.
    A essa altura – terceiro quartel do século XVII – germinara em Portugal a idéia de ocupar, num lance político e militar espetacular, um ponto qualquer do litoral sul suficientemente próximo de Buenos Aires para permitir a introdução ali, de escravaria africana e produtos manufaturados, avidamente desejados por colonos platinos, que se propunham a pagar com prata, de que Portugal, ainda que, de uma e de outra parte, pela via clandestina do contrabando.
    Concretizou-se esse projeto com a fundação, defronte de Buenos Aires, em janeiro de 1680, da Colônia do Santíssimo Sacramento, que daria origem à atual cidade de Colônia, donde partem os
    ferry-boats” para a bela capital platina. Arrasada em agosto, foi reocupada em 1682 devido à eficácia da diplomacia portuguesa. A resposta foi o retorno dos jesuítas à margem oriental do rio Uruguai, onde formariam a partir desse ano os Sete Povos; de uma quantidade relativamente pequena de gado deixado aquém do Uruguai quando da invasão dos bandeirantes 40 anos antes, procedia um número enorme de bovinos que se espalhava até as praias uruguaias para formar a chamada "Vacaria del mar".
    Na Laguna dos Patos, perfeitamente conhecida desde o século anterior, se desenvolveu, talvez pelos meados dos seiscentos, uma atividade econômica compensadora, que viria a substituir a escravização de índios, quando os remanescentes destes se internaram no mais recôndito do “hinterland”. Está historicamente comprovado que já em 1675, pelo menos, a “pescaria” da Laguna fornecia produto salgado para as vilas do litoral e até para a Bahia, onde estava sediado o governo geral. Em 1688, o capitão Domingos de Brito Peixoto, morador de Santos, para ali se mudou com dois filhos e alguns parentes e amigos, dando grande incremento a essa atividade e ali introduzindo variada casta de animais domésticos, inclusive gado bovino e cavalar.
    Enquanto esse notável empresário viveu, Laguna progrediu, transformando-se numa próspera povoação, cujas embarcações abarrotadas de produtos eram recebidas jubilosamente onde chegavam.
    Não se sabe exatamente em que ano Brito Peixoto morreu, mas foi pouco depois de perder o filho mais novo, Sebastião de Brito Guerra e, pouco antes de a Colônia do Sacramento sofrer novo assédio, levando os portugueses a abandonarem-na no começo de 1705.

    De sua reocupação em 1682 até 1705, haviam decorrido dois decênios durante os quais uma estreita faixa do território rio-grandense ficou melhor conhecida, por desertores que numa viagem de dois meses, ao longo de nossas praias, alcançavam Laguna. Com a morte do fundador e de um filho, o outro, mais velho, chamado Francisco, decidiu voltar definitivamente para Santos, onde viviam sua mãe e uma irmã casada. Era solteiro e teve vários filhos naturais com índias carijós. Uma de suas filhas casou-se com o português José Pinto Bandeira, avô do Brigadeiro Rafael Pinto Bandeira, nascido no Rio Grande do Sul e primeiro rio-grandense a alcançar esse elevado posto.
    Quando se iniciaram as negociações diplomáticas de que resultaram o Tratado de Utrecht de 1715, que pela segunda vez devolveu a Colônia do Sacramento a Portugal, Laguna foi elevada a vila, e Francisco de Brito Peixoto nomeado seu capitão-mor, sendo instado a voltar para ela, o que realmente fez. Do governador do Rio de Janeiro, Francisco de Távora, a que estava subordinado, ele recebeu ordem de mandar examinar o local onde existiria a Colônia, que em outubro de 1716 foi reocupada por numerosa guarnição a que se juntaram, em fevereiro de 1718, 40 casais escolhidos da província de Trás-os-Montes. Mandou uma expedição de Laguna para esse fim, a qual, na volta, trouxe uma tropa de gado vacum que terá sido a primeira a atravessar a entrada da Lagoa dos Patos em balsas, para ser levada até Laguna.
    O Rio Grande do Sul até então praticamente nenhum interesse despertara no governo português ou de homens de negócio, por não haver revelado riquezas minerais ou de outra natureza; agora abria-se uma perspectiva econômica que moldaria sua vocação: a criação de gado, a venda de seus produtos e, principalmente, a de cavalos e muares para São Paulo, donde seriam mandados para as Minas Gerais.
    Esse rendoso comércio rapidamente se desenvolveu, contando com a conivência de contrabandistas castelhanos que viviam e agiam nos campos uruguaios e algumas tribos, cuja ajuda os portugueses conseguiam em troca de coisas de que gostavam, inclusive fumo e aguardente. Entusiasmados com as perspectivas desse negócio, os governadores de São Paulo incentivaram-no calorosamente. Quando surgiu a idéia de se abrir um caminho que permitisse a ida de animais por terra desde as planícies uruguaias até São Paulo, apoiaram-se sem vacilação.

    Em fevereiro de 1728, no Morro dos Conventos, à margem esquerda do Rio Araranguá, o sargento-mor (major) Francisco de Sousa e Faria, por conta e ordem do governo de São Paulo, à frente de uma centena de homens abriu o primeiro pique na espessa mata litorânea. Galgou a serra para desvendar os belíssimos campos de Cima da Serra, onde encontrou gado. Depois de atravessar as nascentes do Rio Uruguai, prosseguiu, pelo ermo planalto catarinense para chegar a Curitiba, em setembro de 1730, ao cabo de dois anos e meio de canseiras e privações. Abriam-se assim para o Rio Grande do Sul as portas de um radioso futuro: no verão de 1733, após seis meses empregados em melhorar o acesso ao alto da serra, ali desembocou a primeira tropa, que chegaria a Curitiba ao cabo de 13 meses. À sua frente estava o coronel Cristóvão Pereira de Abreu, ambicioso filho do Minho, que aproximadamente desde 1719, na Colônia do Sacramento, negociava com couros extraídos das coxilhas uruguaias. Cerca de três mil cabeças, pertencentes a ele e outros tropeiros, constituíam essa histórica tropa.

    Texto retirado da obra: Presença Açoriana – Organizada pela historiadora Vera Lúcia Maciel Barroso - Artigo escrito por Moacyr Domingues – historiador, ex-diretor do Arquivo Histórico do RS.

    Responda as questões abaixo sobre o texto:

    1 – Por que o território rio-grandense ficou intacto, sem exploração por mais de um século tanto de portugueses como espanhóis?

    2 - Qual a influência do Período Filipino na expansão territorial portuguesa na região platina (incluindo o Rio Grande do Sul)?

    3 – Qual a origem da “Vacaria del Mar”?

    4 – Qual o objetivo da Fundação da Colônia do Santíssimo Sacramento em 1680 por parte dos portugueses?

    5 – Como iniciou-se a pecuária no Rio Grande do Sul?

    6 - Como foi a construção da primeira estrada, sua localização, quem construiu e com qual objetivo?

    # Responder em uma folha e entregar.